JUSTIFICATIVA
De onde provém a terra? Como se formou o Universo? Muito antes das teorias científicas sobre a origem do mundo, todas as religiões e culturas do planeta, já tinham dado sua própria resposta a estas perguntas.
Conhecer diferentes concepções sobre a origem do mundo a partir dos mitos de diferentes civilizações que habitavam regiões geograficamente distantes entre si, pode revelar a percepção de mundo que estas sociedades antigas possuíam. A valorização dessas narrativas mitológicas é o reconhecimento da importância de se preservar a história e a memória das diferentes culturas, que de alguma maneira continuam a nos influenciar.
“A contemplação converteu-se em espanto, e o espanto em interrogação. (…) Uma resposta chega então ao interrogador; e essa resposta é de tal natureza que não é possível formular outra pergunta; a pergunta anula-se no mesmo instante em que é formulada; a resposta é decisiva. (…) Quando o universo se cria assim para o homem, por pergunta e resposta, tem lugar a forma a que chamamos mito” (JOLLES, André. 1976, p.81 e 82).
SINOPSE
No começo, era o nada. Então alguém resolveu contar a origem de tudo. É o momento da criação dos mitos que perdem-se no tempo, pois, tais narrativas remetem sempre ao instante em que algo foi criado e efetivamente passou a fazer parte do cosmo.
E assim nasceu a tentativa do homem de explicar a origem do Universo. As civilizações mais antigas já tinham essa questão existencial. Nestas sociedades o mito não faz parte da história, mas, sim, é a própria história.
E as religiões, preocupadas em dar respostas a seus fiéis, não poderiam deixar de formular suas respostas. “Como tudo surgiu”? Qual é a origem do planeta, das coisas, do homem? Estas são as primeiras perguntas que o homem faz a si mesmo. E sejam orientais ou ocidentais, indígenas ou africanas, todas as religiões terão suas respostas para isso.
Os mitos foram criados para responder a inevitáveis questionamentos feitos pelo homem, no intuito de esclarecer a origem do mundo que o cerca e estão intrinsecamente ligados à estrutura das sociedades às quais pertencem, pois revelam o sagrado, edificam crenças e consequentemente norteiam pensamentos e atitudes.
De modo geral pode-se dizer que o mito se refere sempre a uma criação, contando como algo veio à existência. Tal como é vivido pelas sociedades, o mito constitui a História dos atos dos Entes Sobrenaturais, portanto é sagrada. Na falta de referências, os homens passaram a utilizar como matéria-prima dos mitos o mundo real para responder essas perguntas transcendentais, por isso o mito é considerado absolutamente verdadeiro (porque se refere à realidade).
Para quem vive em uma cultura mitológica, tudo o que se faz na vida é um ritual, apenas uma repetição de eventos que ocorreram nos mitos; é uma visão cíclica e o tempo cronológico não tem nenhuma importância, uma vez que o “começo” pode ser sempre restabelecido. Com a repetição do ritual, nasce a religião.
SETORIZAÇÃO
1º setor: A criação do mundo segundo a Teoria Judaico-Cristã
A Torá e a Bíblia apresentam, nos versículos 1 a 19 do primeiro capítulo do livro de Gênesis, o relato da criação dos céus e da Terra atribuído a Javé, o Deus único e onipotente, que teria criado o mundo em seis dias e descansado no sétimo, tornando-o sagrado.
Reza a Bíblia, que assim surgiu o Universo:
No princípio criou Deus os céus e a terra. Ao Primeiro dia, separou as luzes das trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. No segundo dia Deus criou o firmamento e deu-lhe o nome de céu. E foi a manhã e a tarde do segundo dia. Ao Terceiro dia disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; fez a terra germinar e criou as plantas e os seus frutos. E disse Deus: haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; colocou no céu o sol para reger o dia, a lua e as estrelas para iluminar a noite. E foi a manhã e a tarde do quarto dia. No quinto dia, povoou as águas de peixes e os céus de pássaros. Ao Sexto dia disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi. Ainda disse: eis que faço o homem e a mulher à minha imagem e semelhança. E Deus os abençoou, e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto. No mundo moderno, o Jogo Do Bicho se transformou e ganhou uma nova vida no cassino online Pin-Up, onde é apresentado em forma de loteria. A exclusividade do jogo chamado Jogo Do Bicho para o cassino da Pin-Up o torna particularmente atraente para usuários que buscam algo único e intimamente relacionado à cultura brasileira. Review online do caça-níquel Jogo Do Bicho https://jogodobichoplay.com/ Junte-se à emoção e ao drama do Jogo do Bicho. Este jogo emocionante com uma história rica oferece uma das maiores taxas de Retorno ao Jogador (RTP) do mercado – até 98%!
Ao Sétimo dia, Deus descansou.
2º setor: Enuma Elish – o mito Babilônico
A luz de um poema épico e clássico da literatura babilônica, traduz o sentimento de criação do mundo. Uma história de amor e luta entre Deuses que faz emanar a esperança e surgir o homem do sangue derramado por um monstro. Enuma Elish significa “Quando no alto…”, que são as primeiras palavras do poema que é dividido em sete tábuas. Os deuses segundo o poema são representações de elementos naturais e pela glorificação do “Deus-Maior” começa a luta pela criação.
No início de tudo, havia apenas o caos, graças a Apsu, Deus das águas doces e Tiamat, Deusa das águas salgadas. Sem terra e céu, nasceu o primeiro casal do mundo: Lahmu e sua companheira, Lahamu, dos quais nada se sabe, mas que constituem, apenas, uma das etapas da Criação. Desse casal, um pouco mais tarde, nascem Anshar e Quísar, a base inicial de céu e da terra, respectivamente. A partir destes surgiu a tríade forte do panteão babilônico: Anu, o Deus dos céus, Enlin, o senhor do ar e Ea, o Deus das águas e do abismo do mundo, mais poderoso entre os três pelo seu poder mágico.
Apsu e Tiamat não estavam contentes com o nascimento da tríade, pois representavam ordem, uma antítese do caos promovido pelos dois. Assim, Apsu e Tiamat resolvem destruir a tríade, mas Ea, o Deus mágico venceu Apsu e o condenou a morte. Tiamat não conseguiu aceitar a morte de seu marido e deu a luz a onze monstros tenebrosos que enfrentaram todos os seus inimigos com força e muita raiva. Quingu, o mais forte entre os onze monstros tornou-se o novo marido de Tiamat. Com o passar do tempo nasceu no seio do abismo o deus mais prodígioso entre todos, Marduc, filho de Ea. Considerado o sábio dos sábios, tendo olhos brilhantes e força insuperável, cresceu como a única esperança para derrotar Tiamat e Quingu, já que todos outros deuses não foram capazes de tal façanha.
Um banquete selou a última chance de derrotar Tiamat. Marduc, o deus dos deuses foi aclamado e bebeu do vinho suculento para ganhar coragem.
“O vinho suculento dissipa seus temores, seu coração se dilata, falam em altas vozes…” Propõem, finalmente, que Marduc se apresente como campeão dos deuses; ele consente, mas, tão prudente como o pai, estabelece condições; terá autoridade sobre os demais deuses e ninguém poderá ir ao encontro das suas decisões; os deuses consentem e cada um lhe dá a arma que fazia a sua força e, para lhe provar o poder, surge a prova da veste: “Então os deuses puseram uma veste no meio deles/ E a Marduc, o primeiro nascido, dizem:/ “Ordena que seja destruído ou criado, e assim será feito./ Abre a boca: a veste será destruída;/ Dá nova ordem e a veste se encontrará intacta.”/ Marduc, então, falou, e a veste foi destruída./ Falou de novo, e a veste se reformou.” (Trecho do Poema Enuma Elish, séc. XII a.C.)
Marduc preparou suas armas: os quatro ventos, o raio, o furacão e uma rede. A batalha começou. A magia de Tiamat não funcionava e Marduc lançou sobre a deusa uma rede. Tiamat abriu a boca para vomitar chamas, porém, Marduc se aproveitou para nela precipitar um dos quatro ventos, atravessando assim o corpo estufado do monstro. Sobre o cadáver de Tiamat, Marduc cantou um hino de vitória, cortando o corpo em duas partes. De uma fez o firmamento e de outra a terra. No firmamento estabeleceu o domínio dos deuses da primeira tríade. Marduc propôs criar um ser que chamou “homem”, e lhe deu o destino de servir os Deuses enquanto estes repousam. Porém, a criação do homem exigiu sangue, e Quingu foi sacrificado. Por fim, Marduc separou os Deuses em dois colégios: os deuses do céu e os do mundo subterrâneo.
3º setor: A criação do mundo na mitologia Hindu
Conforme a crença hindu, no inicio tudo era escuridão e silêncio. O Universo parecia mergulhado num grande sono até que o Brahman mudou este estado de coisa. Primeiro, fez surgir as “Águas Cósmicas” e nelas depositou uma semente que se transformou num resplandecente “Ovo Dourado”. Brahman que não tinha forma passou, então, um “Ano Cósmico” dentro do “Ovo Dourado” e dele emergiu na forma de uma nova divindade: Brahma, o deus da criação. Mal nasceu já começou a cumprir sua tarefa. Conta-se que quando o “Ovo” se quebrou, a casca de cima originou a esfera celeste, enquanto que a inferior formou a esfera terrestre.
O primeiro ato do Deus Criador foi dar forma ao Céu. Na sequência, criou os seres humanos, os animais, os vegetais e tudo mais que há no Universo. Por estes feitos, BRAHMA ganhou destaque no panteão hindu e passou a integrar a TRIMURTI, parte que manifesta a tripla divindade suprema, no intuito de liderar os diferentes estados do universo. A Trimurti é composta pelos três principais deuses do hinduismo, que simbolizam: Brahma, a criação; Vishnu, a conservação e; Shiva, a destruição.
4º setor: O Mito Egípcio
Como em todas as civilizações antigas, a cosmogonia ocupa a primeira parte dos textos sagrados egípcios, tentando explicar com a fantasia e o relato milagroso tudo quanto se escapa do reduzido âmbito do conhecimento humano. Para os egípcios, a criação do Universo faz-se de um único ato da vontade suprema, a partir do nada, da escuridão, do caos original.
O seu criador chama-se Nun e era o espírito primordial, o indefinido ser que tinha tomado o aspecto do barro. Por isso o barro Nun foi o berço espiritual, a primeira força em que ia tomando forma o novo espírito da luz, Ra – o sol, pai de tudo o que habita sob os seus raios. Da vontade de Ra vão nascer os dois primeiros filhos diferenciados da divindade: são Tefnet a deusa das águas que caem na terra e, Chu, o deus do ar, e os dois filhos estarão com o grande pai Ra no firmamento, compartilhando a sua glória e o seu poder e ajudando-o na longa e eterna viagem.
Mas também Chu e Tefnet vão continuar a obra iniciada por Ra, criando da sua união outros dois novos filhos, os dois sucessores da última geração celestial: o deus da terra Geb, e a sua irmã e esposa, a deusa do céu Nut, para que eles relevem à primeira geração e criem a terceira, a que vai estar na terra do Egito.
Os quatro filhos do Céu e da Terra, dois homens e duas mulheres, formam a primeira geração de seres que vivem no solo do Egito, os quatro primeiros deuses que se ocupam dessa terra escolhida e que velam por ela, ou que entram no mundo egípcio para completar o binômio do bem e do mal, da vida e da morte. O primeiro dos homens e o mais velho dos quatro, Osiris, é o deus da fecundidade, a divindade que representa e sustenta a continuidade da natureza; ele é quem faz nascer a semente, quem a amadurece e quem fecunda os campos; Osiris é o princípio da própria vida. Ísis, a sua irmã e esposa, reina em igualdade sobre o extenso domínio do Nilo, em perfeita harmonia com o seu irmão, formando o casal positivo do binômio.
Seth, o segundo homem e o terceiro dos filhos, é a criatura que pressagiou o seu destino ao nascer prematuramente, dado que abriu o ventre da sua mãe Nut, fazendo-a sofrer cruelmente; Seth é o deus da maldade, o espírito negativo e o representante do deserto sem vida, a personificação da morte. Neftis, a segunda irmã e a mais pequena de todos ficou à margem da felicidade; também por isso era a representação das terras menos felizes, as terras secas junto dos campos de cultivo. Osíris, o irmão mais velho governou a terra do Egito, tendo ensinado aos seres humanos as técnicas necessárias à civilização, como a agricultura e a domesticação de animais.
5º setor: Do caos à ordem na mitologia Grega
Na mitologia grega, o princípio de todas as coisas está associado a um Caos Primordial, num tempo em que a Ordem não tinha sido ainda imposta aos elementos do mundo. Do Caos nasceu Gaia (a Terra) e depois Eros (o Amor). Posteriormente, Caos engendrou o dia, a noite e o éter. Gaia engendrou o céu, as montanhas e o mar. De Gea, nome também atribuído a Gaia, nasceram também os Deuses, os Titãs, os Gigantes e as Ninfas dos Bosques.
O Céu (Urano) detestava os filhos, e escondia-os na Terra; até que ela, atulhada, criou uma foice e deu-a a seus filhos, para que castrassem o pai. Todos ficaram com medo, mas Cronos aceitou a missão, e, ao entardecer, quando o Céu se deitava junto com a Terra, a cumpriu. […] A partir daí começa o domínio da segunda geração de deuses, encabeçados por Cronos. Cronos sabia que ia ter um destino semelhante ao do seu pai, ser destronado por um de seus filhos; então os engolia à medida que iam nascendo do ventre de Réia. Foi assim com Hera, Deméter, Héstia, Hades e Posêidon; quando Zeus nasceu, Réia deu uma pedra para Cronos engolir e escondeu o filho, que cresceu e cumpriu o destino de destronar o pai, fazendo com que Cronos vomitasse seus irmãos. Ele então repartiu o mundo com seus irmãos. Posêidon ficou com os mares, Hades com o mundo inferior, e a ele próprio coube o céu.
Posteriormente, Prometeu, filho do titã Jápeto, criou artesanalmente a raça humana – homens e mulheres – moldando-os com argila e água. E então Atena, deusa da sabedoria, ao ver essas criaturas, insuflou em seu interior alma e vida. O domínio de Zeus marca a terceira geração de deuses. Essa geração também teve muitos filhos, os quais estão junto a Zeus no panteão de deuses do Monte Olimpo.
6º setor: O despertar dos deuses Nórdicos
No início, antes do despertar dos deuses, havia somente o mundo de gelo e névoas, Niflheim e o mundo de fogo, Musphelhein, e entre eles havia o Ginungagap, um grande abismo sem fundo e um mundo de vapor, no qual flutuava uma fonte. Dessa fonte fluíam doze rios que, conforme estes afastavam-se de sua fonte até as bordas do Ginnungagap, o frio congelou suas águas transformando-as em gelo e neve. Ao sul o fogo eterno de Musphelhein era muito forte e aos poucos foi derretendo o gelo que havia se formado. Os vapores originados desse derretimento, ao elevarem-se no ar, formaram nuvens e destas surgiu o gigante Ymir, que dormiu durante muitas eras. O seu suor deu origem aos primeiros gigantes. E do gelo também surgiu uma vaca gigante, Audumbla, cujo leite jorrava de suas tetas primordiais em forma de 4 grandes rios que alimentavam o gigante. Certo dia, quando a vaca lambia o gelo, surgiu o deus Borr, que por sua vez foi pai do primeiro Aesir, Odin, e seus irmãos, Vili e Ve, que mataram o gigante Ymir. Com o corpo do gigante morto, fizeram a terra, com o sangue, os mares, com os ossos ergueram as montanhas, dos cabelos fizeram as árvores, com o crânio fizeram o céu e o cérebro tornou-se as nuvens carregadas de neve e granizo. A moradia dos homens foi formada pela testa de Ymir e ficou conhecida como Midgard ou terra média.
Odin criou os períodos do dia e da noite e as estações, colocando o Sol e a Lua no céu e definindo seus cursos. Tão logo o Sol lançou seus raios sobre a Terra, fez-lhe nascerem os vegetais. Logo após a criação do mundo, os deuses passearam junto ao mar, satisfeitos pela obra realizada, mas que ainda faltavam os seres humanos. Assim, pegaram um freixo (grande árvore) e criaram o homem, chamando-o de Aske e de um amieiro (árvore ornamental) fizeram a mulher e lhe chamaram de Embla. Odin deu-lhes a vida e a alma, Vili, a razão e o movimento e Ve, os sentidos, a fisionomia expressiva e o dom da palavra. A Midgard foi dada a eles e assim, se tornaram os progenitores da raça humana.
Asgard se tornou a morada dos deuses e, para se chegar lá, é necessário atravessar a ponte Bifrost (arco-íris). O lugar consiste de palácios de ouro e prata, mas o mais belo de todos é o Valhala, moradia de Odin, de onde ele avista todo o céu e toda a Terra. Sobre seus ombros ficam os corvos Hugin e Munin que voam sobre a Terra durante todo o dia e, à noite contam a ele tudo que viram e ouviram. Odin foi o criador dos caracteres rúnicos, com os quais as Norns gravam os destinos.
7º setor: A criação do mundo na mitologia Iorubá
Na mitologia de Iorubá, o processo de criação envolve várias divindades. Uma das versões dessa mitologia diz que Olorum – Senhor Deus Universal – criou primeiramente todos os Orixás (divindades) para habitar Orun (o Céu, mundo espiritual), com o objetivo de usá-los como auxiliares para executar todas as tarefas que estariam relacionadas com a própria criação e o posterior governo do mundo. Como elemento de ligação entre todos os orixás com Olorum, foi criado Exu. Então, Olorum encarregou Oxalá de criar o mundo; mas este, com pressa, não rendeu a Exu os tributos devidos e, durante sua caminhada, parou para beber vinho de palmeira e, embriagando-se, adormeceu. Nanã, foi ao encontro de Oxalá e, ao vê-lo adormecido, pegou os elementos da criação.
Ao saber que Oxalá havia falhado em sua missão, Olorum ordenou que a própria Nanã – a Divina Senhora prosseguisse naquela tarefa com a ajuda de todos os orixás. E assim foi feito. Nanã pegou o saco da criação e começou a formação física da terra; enviou a galinha d’angola com cinco dedos para espalhar a imensa quantidade de terra; então soltou os pombos brancos – símbolo de Oxalá – e assim nasceram os céus. Por fim do camaleão ela fez surgir o fogo e, com caracóis criou o mar.
Quando Oxalá acordou, viu que a Terra já havia sido criada, e não o fora por ele, correu desesperado até Olorum e, arrependido, implorou o perdão. Olorum, sempre magnânimo, deu-lhe uma nova e importantíssima tarefa, que seria a de criar todos os seres que habitariam a Terra. Desta vez ele não poderia falhar! Usando a mesma lama que criou a Terra, Oxalá modelou todos os seres, e, insuflando-lhes seu hálito sagrado, deu-lhes a vida.
Desta forma, Nanã e Oxalá desempenharam tarefas igualmente importantes, juntamente com a valiosa ajuda de todos os orixás, que possibilitaram o surgimento deste mundo que habitamos.
8º setor: Um mito Brasileiro – a terra de Tupã
Diz o mito dos índios Tupinambás que no início de todas as coisas, Tupã criou o infinito cheio de beleza e perfeição. Povoou de seres luminosos o vasto céu e as alturas celestes, onde está seu reino. Criou então, a formosa deusa Jaci, a Lua, para ser a Rainha da Noite e trazer suavidade e encanto para a vida dos homens. Mais tarde, ele mesmo sucumbe ao seu feitiço e a toma como esposa. Jaci era irmã de Iara, a deusa dos lagos serenos. Criou ainda, o forte Guaraci, deus do Sol, irmão de Jaci, o qual dá vida a todas as criaturas e preside o Dia.
Formou um lugar de delícias para os bons e um lugar tenebroso, no mundo subterrâneo, para os maus. Neste lugar vagam as almas sem vida e os espíritos dos guerreiros sem glórias ou fugidos das tribos. Tupã, após uma batalha, lançou para este lugar sombrio, seu temível e poderoso inimigo Anhangá: deus dos Infernos, chamando este lugar de regiões infernais.
No alto dos céus, sentado em seu trono, Tupã criou milhares de criaturas celestes que executavam suas ordens e o louvavam. Fez nascer sobre os verdejantes mares os Sete Espíritos e os gênios que sob as ordens do Boto, deus dos abismos dos mares, governavam os oceanos e habitavam a sagrada Loca no fundo das águas.
Colocou nas densas florestas o Curupira, protetor das casas e dos animais; criou Aruanã, o deus da alegria e protetor dos Carajás e faz germinar no norte do Brasil as ricas e belas carnaubeiras, chamadas de árvores da vida.
Para concluir sua obra, Tupã veio ao mundo e fez o homem e deu-lhe como companheira a mulher e logo eles se multiplicaram e encheram toda a terra. O poderoso deus tomou então das suas criaturas e ensinou-lhes a arte de tirar do seio da terra, ricos legumes e frutas, trabalhar com barro e argila e do férreo Ubiratã, fazerem as mais fortes lanças e armas de guerra. Depois transmitiu aos homens todo o conhecimento sobre os remédios para todas as doenças. Finalmente, ensinou-lhes as artes que tornam a vida mais suave a amena. Abençoou o sagrado Ibiapaba, Monte Sagrado dos Deuses Brasileiros e nele permitiu a permanência das Parajás, do bondoso Inoquiué, das Parés, de Solfã e de outros deuses imortais. Até ele próprio lá comparecia, vez por outra.
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